Semana produtiva! Mesmo que o Brasil insista em se esvair em escândalos precisamos produzir, afinal, navegar é preciso, já diria o poeta. Estivemos esta semana em Brasília para, dentre trabalhos internos e rotineiros, representar o Instituto em reunião de Planejamento Estratégico, e por conta também de Sessão solene no Senado em razão da comemoração dos 15 anos do Plano Real.
No Congresso, deixando de lado assuntos que são de domínio público, chamou-me atenção duas imagens emblemáticas de terça e quarta feiras à tarde.
Na terça, não resisti e iniciei minha carreira de paparazzi ao filmar de dentro do plenário [Senado] o pronunciamento do Presidente Fernando Henrique (ver barra de vídeo - coluna lateral do blog). Ato deliberadamente proibido, tive que filmar ao melhor estilo “câmera escondida”. Situação inusitada, afinal, não é todo dia que temos um ex-presidente [respeitado] discursando na tribuna do Senado. Não me contive nesse registro histórico! Mais inusitado, e aí é que quero comentar, foi ao final de seu pronunciamento, já nos corredores, o assédio sofrido por FHC. Coisa de louco! Não tinha visto nada parecido. Disputa que por um breve momento me fez duvidar dos postulados da física moderna - vários corpos ocupando o mesmo espaço. Perdi a conta de quantos jornalistas pressionavam sua excelência contra paredes e entre eles mesmos. Por um breve momento, realmente pensei que a teoria Newtoniana seria desbancada, tamanho o aglomerado de seres ocupando o mesmo espaço.
Sem ter como parar para entrevistas, parar ali seria um turbilhão maior ainda, FHC caminhou lentamente entre os jornalistas até o momento de mais sossego, na escada caracol (foto), quando enfim conseguiu respirar.
O outro momento, em contraponto a este de terça, deu-se na tarde de quarta. Antes do início da Sessão, ao chegar no Senado, o atual presidente do Congresso, Senador Sarney, mostrou em simples ato o quanto está sendo difícil manter sua biografia de pé. Ao sair do elevador que fica entre o Plenário e o acesso a sua sala, sala da Presidência na verdade, os seguranças trataram de fazer o famoso cordão de isolamento para conter os jornalistas e assegurar passagem livre a sua excelência. Cordão de isolamento feito, Sarney teve acesso "tranquilo" (se é que algo está tranquilo ali) à sala da Presidência - sem, diga-se de passagem nem ao menos acenar para jornalistas e transeuntes que divagavam naquele ambiente.
Contraste efetivo! Digno de registro. Um mal pode caminhar entre mortais, e outro, imortal que é, precisa de cordão de isolamento - mesmo que isolamento seja seu fim. Triste fim...
Abraços,
D.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Fernando Henrique e Sarney: algumas diferenças
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