Dentre os capítulos das famosas Revoluções Burguesas certamente a Revolução Francesa merece destaque. Em 14 de julho de 1789 vivemos um marco divisor na história da cultura ocidental. Agora em 14 de julho de 2009 vivemos a reprodução de um Estado moralmente falido. Trezentos anos depois, a ALE-AM nos deu mostras que Igualdade, Liberdade e Fraternidade não compõem o dicionário do atual governo estadual.
Em sessão daquelas que, infelizmente, tem-se tornado comuns no parlamento amazonense, aprovou-se tudo. Ao melhor estilo rolo compressor foram aprovadas mensagens governamentais, empréstimos, LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que permite à ALE-AM gastar indefinidamente no próximo ano (aliás, não menos que 3,8% da receita do Estado), contas do Governo (sim! o mesmo governo que ainda paga a um secretário envolvido com desvios de verba nas Obras do Alto Solimões salários na ordem de 15 mil reais como se nada de podre houvesse neste reino) permissão de viagem ao Governador, sabe-se lá a que custas - só questionada por Arthur Bisneto e devidamente rechaçada pelo presidente Belarmino Lins, com certo desconforto.
“Os deputados que concordam permaneçam como se encontram”. “Aprovado”! Como fazer do parlamento algo democrático se 20 deputados compõe a base do Governo? Liberman Moreno, Arthur Bisneto, Luiz Castro e Ângelus Figueira, travam infrutíferas batalhas contra o rolo compressor Braguiano. As mudanças esperadas com a eleição de Amazonino à Prefeitura de Manaus não se deram na prática de plenário. A base do PP, mais algumas dissidências não engrossaram a oposição na hora do voto. A ALE-AM continua um quintal, um playground do Governo estadual. Como fazer oposição em vinte contra quatro?
O que sabemos é que em 1789 movidos pelo desejo de mudança contra um regime opressor, camponeses se uniram contra a fome e contra os privilégios de uma classe parasitária. O Antigo Regime sofrera seu pior golpe. A Bastilha, simbólicamente tida como ícone da opressão popular, surge como um marco histórico. Sua tomada, para além do romancismo dos livros de história, deu-se por ser lá o maior armazém de pólvora em Paris. Ao precisar se defenderem das tropas reais que avançavam de Versalhes à Paris, a mando de Luís XVI, o exército do povo precisava da pólvora como munição para o recém armamento conquistado - a partir de saques. Vinte mil mosquetes precisavam de pólvora. O calor e a fúria revolucionárias já as tinham, faltava a pólvora. "Tomar a Bastilha" significa luta, significa ação social, ação coletiva, e sobretudo iniciativa na derrubada de um regime explorador.
Sabe-se o que ocorreu durante a Revolução. Movidos por ideais comuns foi criada a Assembléia Constituínte, onde, dentre outros ganhos sociais, fôra questionado o também pagamento de tributos do clero e da nobreza. Não só ao povo seria debitada a conta! Da Assembléia Constituínte surgiram os pilares da Democracia Moderna. E hoje, esta democracia é posta em xeque, ou cheque!
Um governo em que não há Democracia, é um governo perigoso! Uma Democracia em que o povo passa alheio às decisões não é Democracia. Toda tirania um dia tem o desdobrameto que a história já nos mostrou. Não se pode mais viver em um Estado Monocrático de Direito em que um Presidente desqualifica seu Congresso e um Governador subjuga os representantes do povo. Isso não é Democracia! O momento pede no mínimo crítica, quiça ação!
Qual é a sua Bastilha?
Abraços,
D.
terça-feira, 14 de julho de 2009
14 de Julho: qual é a sua Bastilha?
Postado por
Daniel Santana
às
18:34
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